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Comunicação Popular e Periférica da Amazônia em foco

Projeto da UNESCO em parceria com a Secom PR busca a defesa da democracia por meio do fortalecimento de iniciativas de comunicação local

 

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em parceria com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom PR) desenvolvem o projeto “Promovendo o acesso à informação, o exercício de direitos, o combate à desinformação e a defesa da democracia” (Nº 914BRZ5020 – Edital Nº 2/2023). A iniciativa visa a elaboração de um Manual de Boas Práticas em Comunicação Popular e Periférica e de um Guia de Sustentabilidade e Promoção da Diversidade do Jornalismo Periférico e Independente, destacando a comunicação como ferramenta essencial para a transformação social e a defesa democrática.

Na Amazônia, a pesquisa está sendo realizada em dois estados. No Amazonas, o trabalho é liderado por Jéssica Botelho, especialista em jornalismo local e integrante do Centro Popular de Comunicação e Audiovisual (CPA), instituição que fortalece o diálogo entre os povos amazônicos. Já no Pará, a responsável é a jornalista Flávia Ribeiro, mestra em Ciências da Comunicação pela UFPA e ativista em movimentos como o Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa) e a Rede Fulanas – Negras da Amazônia Brasileira. “O projeto é uma oportunidade incrível para combater o discurso de ódio e a desinformação, além de conhecer e fortalecer as iniciativas de comunicação que já estão contribuindo para a democracia do Brasil”, comenta Flávia.

O projeto se fundamenta na tradição da comunicação popular, desenvolvida nos anos 1970 como uma resposta às restrições impostas pela ditadura militar no Brasil. Essa prática busca dar voz às populações marginalizadas, denunciando desigualdades e propondo transformações sociais. De acordo com Peruzzo (1998), essa comunicação alternativa surge como “um grito, antes sufocado, de denúncia e reivindicação”, enfrentando a narrativa dominante dos meios de comunicação tradicionais, frequentemente controlados por interesses econômicos e políticos.

Para Jéssica Botelho, o levantamento na Amazônia é uma oportunidade de repensar as dinâmicas de mobilização social: “Neste cenário de saturação de informações, não basta apenas produzir conteúdo. Precisamos dominar as ferramentas tradicionais, mas também incorporar abordagens e formatos inovadores, conectando a comunicação a outras áreas para gerar impacto social. Essa pesquisa nos convida a refletir sobre questões fundamentais: de onde e de quem parte essa comunicação? Mobilizar exige mais do que mensagens, exige estratégias que dialoguem profundamente com as realidades locais.”, comenta a consultora do Amazonas.

O projeto está previsto para ser concluído em agosto de 2025 e contará com outras etapas, como entrevistas em profundidade com comunicadores locais e oficinas voltadas para educação midiática, sustentabilidade financeira e boas práticas em comunicação popular, reforçando a troca de conhecimentos e o fortalecimento das iniciativas comunitárias. O CPA, enquanto coletivo de comunicação popular, está apoiando esta iniciativa e participará também das próximas etapas. 

O mapeamento recebe sugestões de iniciativas amazônicas de comunicação popular através do formulário. 

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